Quinta-feira, 11 de março de 2010.
Mirela ontem dormiu por volta das 19h e foi embora até as 4h da manhã, para sua mamada rápida e depois dormir novamente até as 6h. O problema é que a mama aqui acordou as 2h da madruga e não conseguiu dormir mais, pelo menos até as 4h, hora da mamada. Talvez eu tenha dormido demais, afinal, quando ela dorme as 19h, em geral eu vou atrás…
Pois bem, acabou que fiquei pensando em mil coisas. Dentre elas, fiquei lembrando de alguns episódios da minha gravidez.
Lembrei que a frase que eu mais ouvira tinha sido: “a sua vida vai mudar!” Aí, fiquei analisando em que momentos esta frase me foi dita. Cheguei à conclusão de que há, pelo menos, duas maneiras de se dizer esta frase. Uma delas, é de forma alegre, positiva, como a grande maioria das pessoas o fizeram. Em geral, mães recentes ou não tão recentes, que me informavam, com tal frase, que eu jamais viveria outra emoção como a de ser mãe, que eu conheceria o que é verdadeiramente o amor incondicional e que, por mais que meus dias e noites não fossem os mesmos, eu seria capaz de fazer tudo novamente. Sobre a outra forma, se eu pudesse dar uma entonação à frase, seria de pena, de pesar, de negativismo, como se a chegada da minha filha fosse atrapalhar, ou quem sabe até destruir a minha vida profissional.
Recapitulando os episódios da minha depressão pós-parto, lembrei que na maioria das vezes eu ficava triste e angustiada exatamente quando me lembrava dessa segunda forma que me disseram: “a sua vida vai mudar!”. Comecei a duvidar de mim mesma, se eu daria conta de cuidar de uma criança, se seria uma boa mãe, uma boa esposa, se conseguiria voltar às atividades de antes, se ainda seria uma boa aluna de doutorado. Em todas as vezes que me deprimi pra valer, eram esses meus pensamentos. Não tinha nenhum tipo de arrependimento em ter me tornado mãe, mas vinham todos esses sentimentos de inferioridade e de incapacidade na minha mente. Tudo porque me falaram em tom nada positivo: ”a sua vida vai mudar!”.
Três meses depois do nascimento de Mirela, e após alguns litros de lágrimas derramados por conta desses pensamentos ruins, posso realmente dizer: minha vida mudou! E mudou pra melhor!
E tenho que dar o braço a torcer: tinham razão os que falaram as duas formas de se falar ”a sua vida vai mudar!”. De forma positiva, minha vida mudou porque realmente sei o que é ser capaz de dar a vida por amor a alguém, pois se precisasse hoje, agora, eu daria a minha por Mirela. Amo minha filha com uma amor tão forte que chega a apertar o peito. Sei que ela me ama em cada olhar cúmplice; sei que me ama quando mamando, me afaga o seio com sua mãozinha ainda tentando se coordenar, tão delicada; sei que me ama quando se sacode toda e solta um sorriso quando ouve minha voz…Eu não trocaria esses sentimentos por nada mais nesse mundo, nenhuma medalha, nenhum primeiro lugar, nenhum aplauso, nenhum prêmio em dinheiro.
Tinham razão também os que falaram em tom nada positivo que minha vida iria mudar. Realmente, não sei se vou dar conta de ser quem outrora eu era. Mas, quer saber? Isso agora pouco importa, pois meus valores mudaram. Coisas que pareciam importantes, prioridades totais e absolutas, tornaram-se secundárias. Meu papel principal agora é o de mãe, ainda que para isso eu precise pegar uma nova estrada, uma estrada de velocidade mais lenta, mas que pode me levar ao mesmo lugar; é só ter paciência e saber levar. Não vou desistir dos meus sonhos por causa do nascimento da minha filha. Mas agora eu tenho um real motivo para correr atrás deles: por ela e para ela. Sei que não vai ser fácil; como eu disse, a pessoa que me falou isso tinha razão. Mas não é impossível, principalmente se pelo caminho eu encontrar pessoas que compreendam esta minha nova fase, que me apoiem e que, principalmente, acreditem em mim.
O que meu marido pensa disso tudo? Ele me apóia incondicionalmente, qualquer que seja a barra que eu tenha que enfrentar. Está sempre me dando suporte e já provou que está ao meu lado pro que der e vier. Isto é muito importante, pois sei que se um dia eu fraquejar e duvidar da minha capacidade, ele estará me segurando, como sempre esteve.
O que dizer, então, às futuras mamães, como a Neide por exemplo, que me acompanha no blog? A sua vida vai mudar! Mas não deixe que sentimentos de dúvida e medo sejam maiores do que a alegria de ser mãe. As mulheres são fortes, cada uma do seu jeito, mas se superam sempre. Há muitas vias a seguir, caminhos alternativos sempre, estradas lentas, para quem quer andar em baixa velocidade ou precisa desacelerar. Por isso, não se abale se alguém lhe disser em tom de “pré-conceito” que você nunca mais vai ser a mesma. Sabe, por quê? Porque você realmente nunca mais vai ser a mesma. Depois de um filho, a gente passa a viver duas vidas: a nossa e a deles. E, quer saber? Não há coisa melhor no mundo!
Que Deus dê forças a todas as mulheres que precisam tomar decisões e enfrentar os “pré-conceitos”!
Oi Tati!
Sabe, senti na pele todos esses sentimentos que vc relatou…. e tudo com apenas 17 anos. Nem na faculdade tinha entrado! Tb sofri pelos “pré-conceitos”. Muitos (a maioria) não acreditaram em mim. Mas veja onde cheguei: entrei na facul, fiz estagio quase o curso todo, entrei no mestrado (aí o Paulo já tinha nascido e estava com 5 meses), comecei a trabalhar (conciando com o mestrado mais 2 filhos pequenos), passei no meu primeiro concurso, conclui meu mestrado no tempo, passei no meu segundo concurso…. E a vida vai segguindo…. Tudo no tempo certo, fiz e faço tudo aquilo que almeijo, e com certeza, é POR ELES.
Não se deixe abater, Tati, NUNCA. A familia é o que realmente importa na nossa vida. O trabalho e a vida profisional são SIM muito importantes. Mas NUNCA mais importantes.
Eu tenho certeza que vc será um doutora, e uma professora mto em breve. E em nenhum momento vc será menos mãe da Mirela por isso…
Bjus e força!
Concordo em genero, numero e grau. Tb tive depressao no 1 mes e foi terrivel. qdo me perguntavam se eu queria outro filho respondia NUNCA MAIS. Agora passou, ja estou ate mudandod e ideia. kkkkkkkkkkkk. è indescritivel a sensação……..
parabens a todas a smaes
Oi, tati, a vida da gente muda mesmo, você sabe como concordo com você nesse aspecto e muda para melhor porque passa a ter mais sentido! Não há como descrever o sentimento de amor por esses pequenos e que só aumenta!!! O resto é o resto e pode ter certeza q a gente vai tirando de letra, pois temos um objetivo de vida de criar e amar nosos filhos! Bjs
Tati querida estou emocionada pela citação do meu nome em uma mensagem tão importante como esta… Nossa, realmente tenho ouvido muito:”a sua vida vai mudar”… confesso que ainda estou assimilando as coisas, são tantos medos e angústias que me assombram as vezes, mas daí Deus coloca anjos na minha vida que sempre tem coisas boas a me dizer, você é um deles… ontem passei por um susto e só sosseguei na hora em que ouvi pela primeira vez as batidas do coraçãozinho do bebê que se aceleraram quando caí em prantos… foi um momento divino, indescritível, a ficha ainda não tinha caído e acordei para a realidade: o milagre da vida está acontecendo em mim… Só tenho a agradecer a Deus por tudo isso!!! Obrigada por todo carinho!!! Neide e baby!!!
Oi Tati,
O que eu mais escuto hoje é isso, “sua vida vai mudar”, mas sinceramente nunca tive medo disso, tantas pessoas fizeram comentarios sobre criar filhos de forma negativa, e eu nunca acreditei, de verdade! Ta e daí se mudar? Acredito que tudo que passamos na vida é para trazer crescimento e nos fazer pessoas melhores, e um filho, quer coisa mais abençoada por Deus, quer um presente melhor?? então por que ficar com medo, não é? Ja passei por tantas coisas em minha vida, que só por Deus meeeesmooo! e superei, e venci, e estou aqui, firme, forte e FELIZ! Como diz a palavra de Deus, “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus….” Enfim, acredito que tudo vai dar certo, e meu filhote será uma crainaça linda e abençoada, e abençoará nossas vidas tb!!
um grande beijo
Anna Clara – mamãe do Antonio Neto
Como vai nossa “mascotinha” Mirela? Acho que para eu saber mais detalhes basta ler mais o blog, né! Ah, desculpa pelo termo “mascotinha”, mas tenho q admitir q tomamos a liberdade de tê-la como uma das nossas “primeiras crias” do Curso para Gestantes. Sei q não acrescentamos muito para uma mãe tão antenada, mas com certeza marcamos presença com o carinho que procuramos organizar aquela primeira edição. Pois é Tati, já estamos indo para a 4ª edição e, qualquer dia destes entro em contato diretamente com vc para participar daquele Talk Show com seu depoimento de mãe de primeira viagem, tá.
Abração.
Raquel Lima
Nossa, Tati, tô te acompanhando aqui e este post foi uma lição… estou de 31 semanas e o que mais ouço é isso… mas, às vezes, é tanto negativismo na pessoa que fala que eu não entendo! Pôxa, não é só pq a pessoa teve experiências ruins que eu tb vou ter! Acho que tudo depende da maneira como a gente encara as coisas, né?!
Abraços, passando sempre por aqui…
Olá Tati!
Te acompanho desde minha 34° semana de gestação. Mateus nasceu de 8 meses (35 semanas), no dia 09/12/2009 – 6 dias após Mirela, mas só hoje deixo aqui meu depoimento, talvez porque me identifiquei demais com este post. Até hoje, perco noites de sono, não porque meu filho não esteja dormindo mas pensando nas mudanças que isso trouxe para mim.
Passei por tudo isso que você mencionou, e mesmo com a grande possibilidade de não voltar a trabalhar pelo menos pelos próximos doze meses(o que antes do nascimento do meu filho era o que me dava mais prazer),me sinto a mulher mais realizada do mundo!
Grande abraço!
Verônica Prado
´Parabéns pelo post, Tati!!! São de mensagens assim que nós que vamos passar por essa mudança precismos ouvir e meditar!!! Obrigada! Bjos
Oi Tati, estou entrando na 38a semana de gestação, com minhas angústias, ansiedade e medo de como as coisas vão ser daqui pra frente e vem vc com esse depoimento lindo e animador para as “futuras mamães”. Obrigada por nos acalmar e dividir conosco sua melhor experiência de vida: SER MÃE. Que Deus te dê força e dicernimento nessa sua caminhada. Obrigada por tudo e um grande beijo. Continuo te acompanhando no blog e no orkut.